Mas como mensurar qual o impacto dessas escolhas?
Descobri recentemente que há uma iguaria francesa chamada “foie gras” (fígado gordo), conseguida forçando-se patos e gansos a comer várias vezes ao dia antes do abatimento. Um dos métodos utilizados para essa engorda forçada é enfiar um tubo com 20 a 30 cm de comprimento no esôfago do animal e socar comida, mesmo que ele não queira. Já para obter o vitelo (ou vitela), uma carne tenra e clara, confinam-se bebês bovinos, ainda nos primeiros dias de vida, em pequenos estábulos para que não se movimentem e não enrijeçam os músculos. É uma forma de aproveitar os filhotes machos “indesejados” na indústria de laticínios. Detalhe: eles são afastados definitivamente de suas mães e passam a receber uma dieta líquida altamente calórica, em substituição ao leite materno, para que engordem rápido. Nem água eles podem beber, fazendo com que comam mesmo quando tem apenas sede!
Eu, que já ficava horrorizado ao ver minha avó girar um franguinho no ar e torcer-lhe o pescoço enquanto dizia-me “Ô dor cruel, né meu filho?”; senti arrepios quando tive conhecimento destas coisas.
Claro que há quem não sinta o menor remorso em degustar tais iguarias, porém estou certo de que uma boa parte das pessoas não comeria se soubessem dos métodos e circunstâncias em que são produzidas. Não só por suas crenças e relações de afeto com os animais, o que já é muito importante, mas também por outros fatores como o respeito à vida e as necessidades de consumo.
Continuarei a comer carne, gosto da proteína bovina, não nego. Contudo, não acho justo que eles sofram para alimentar os caprichos do meu paladar. Tampouco me interessa maximizar o lucro de produtores esganados. Deve haver um limite. E quem o estabelece são as nossas escolhas; que por sua vez, não são feitas às escuras. No processo de escolher reunimos informações objetivas, julgamentos de valor, memórias,
etc., antes de decidir sobre qualquer coisa. E isso requer tempo. Tempo para pesquisar a teia que se estabelece em torno de cada ato. Por menor que seja.
Sei, por exemplo, que na hora do abate já é possível insensibilizar o animal para que não sinta dor, nem fique angustiado antes da morte. Ou você pensa que só você tem medo dela? Então, você poderia dizer: “mas isso não é apenas trocar o mal maior por um menor?” Sim! É exatamente isso. Acredite, comer alface, também tem consequências. O problema é que a maioria de nós não está muito preocupada em despender tempo para refletir e descobrir quais são essas consequências. Quem há de querer saber dos danos causados pelo resto de óleo comestível derramado na pia? Ou o impacto da quantidade de água desperdiçada por uma torneira gotejando? Não temos tempo para essas bobagens. Há coisas mais sérias que precisam ser decididas. Não é?!
E assim seguimos...
Eu, que já ficava horrorizado ao ver minha avó girar um franguinho no ar e torcer-lhe o pescoço enquanto dizia-me “Ô dor cruel, né meu filho?”; senti arrepios quando tive conhecimento destas coisas.
Claro que há quem não sinta o menor remorso em degustar tais iguarias, porém estou certo de que uma boa parte das pessoas não comeria se soubessem dos métodos e circunstâncias em que são produzidas. Não só por suas crenças e relações de afeto com os animais, o que já é muito importante, mas também por outros fatores como o respeito à vida e as necessidades de consumo.
Continuarei a comer carne, gosto da proteína bovina, não nego. Contudo, não acho justo que eles sofram para alimentar os caprichos do meu paladar. Tampouco me interessa maximizar o lucro de produtores esganados. Deve haver um limite. E quem o estabelece são as nossas escolhas; que por sua vez, não são feitas às escuras. No processo de escolher reunimos informações objetivas, julgamentos de valor, memórias,
etc., antes de decidir sobre qualquer coisa. E isso requer tempo. Tempo para pesquisar a teia que se estabelece em torno de cada ato. Por menor que seja.
Sei, por exemplo, que na hora do abate já é possível insensibilizar o animal para que não sinta dor, nem fique angustiado antes da morte. Ou você pensa que só você tem medo dela? Então, você poderia dizer: “mas isso não é apenas trocar o mal maior por um menor?” Sim! É exatamente isso. Acredite, comer alface, também tem consequências. O problema é que a maioria de nós não está muito preocupada em despender tempo para refletir e descobrir quais são essas consequências. Quem há de querer saber dos danos causados pelo resto de óleo comestível derramado na pia? Ou o impacto da quantidade de água desperdiçada por uma torneira gotejando? Não temos tempo para essas bobagens. Há coisas mais sérias que precisam ser decididas. Não é?!
E assim seguimos...
Por Maurício Holanda
Em 16/08/2012
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