
Devo ter dito certa vez que a minha religião é o amor pelas pessoas. Sim, tenho meu pé junto ao de Maria, Buda e de outros Espíritos, mas minha busca por apoio e proteção destes não teria sentido se não fosse para viver melhor com esses loucos: os humanos.
Tem sido na convivência colada, conflituosa, fugidia e também gostosa com cada um deles que vejo se alterarem meus conceitos sobre bom e ruim; recompensa e castigo; “magia” e “trivial”; fé; gratidão; perdão...
Uma das percepções em curso de novas acomodações é sobre a responsabilidade de amar. Penso que o amor – de qualquer espécie, deva sim nos deixar mais leves, seja no dar ou receber. Mas vejam: até uma pluma tem seu peso.
Embora amar seja uma abstração, seu peso comprime nosso corpo: alguns o estômago, outros o coração. Esse fardo se faz sentir na expectativa de receber e, principalmente, no não receber. Talvez por isso os sábios peçam que ponhamos toda a nossa energia no dar de si. Se as estrelas passassem pelos nossos dilemas, talvez nossas noites fossem menos deslumbrantes. Que bom que elas apenas brilham.
Mesmo quem ame somente a si, amanhece com a responsabilidade de carregar e cuidar do próprio corpo. Mães que amam tem que suportar ingratidão de filhos, mulheres que amam tem que aprender a lidar com machismo e outras violências. Na esteira: homossexuais, idosos, crianças, jovens apaixonadas, eu, você... Para todos nós, amar dói, pesa de alguma forma. É um aprendizado para toda a vida.
Talvez tenha sido isso que o Cristo tanto tentou ensinar com aquele papo de “meu jugo é leve”. O Cara sacava muito sobre perdoar sempre e amar sem reservas. Talvez fosse isso que ele queria dizer: "tome o meu jugo, ele é leve, tem o peso do amor!"
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